Recentemente foi noticiado que um garoto francês foi subitamente esfaqueado por outro. Motivo: sei lá qual poderia ser a descrição mais correta para o correto, mas certamente deveria ser algo proveniente dos síntomas do insano universo hiper-real a qual estamos todos condenados.
Para esclarecer, até há bem pouco tempo, uma febre se espalhou nos meios cibernéticos e que fez a "felicidade" de muitos humandróides. Esta febre inaugurou um boom de lan-houses nos quatro cantos do mundo. Se trata do jogo virtual Counter-Strike, onde dois times são divididos (os mocinhos e os bandidos) e combatem entre si munidos de um arsenal de armas.
Enquanto fora das telas a covardia impera, dentro do jogo a coragem - aliada a uma habilidade de muitas horas em frente ao computador - é um ingrediente essencial. Porém desta vez a "barreira" que envolve a ficção da realidade não foi o suficiente para impedir um jogador de continuar a partidade no mundo de carne-e-osso.
Após um duelo entre dois jogadores na internet, onde ambos estavam munidos apenas com facas, o derrotado passou 6 meses procurando quem foi aquele que massacrou a sua personagem virtual no jogo.
Após descobrir a identidade e o endereço do sujeito, o derrotado foi até a residência do vencedor do duelo e resolveu pedir a revanche pessoalmente. Ou seja, esfaqueou o pobre coitado, que por pouco não morreu.
Temos aqui um problema de conflito psicológico, onde o agressor não conseguiu separar o real do imaginário. No caso, sua derrota no jogo representa uma ofensa pessoal de tal gravidade que ele precisou se vingar pessoalmente.
Veja que a máquina vagarosamente mescla os dois universos com uma lógica interessante: uma pessoa em dois universos (virtual e real) coexiste em um único universo (o hiper-real). Logo o aperfeiçoamento da realidade, que converge cada vez mais numa dependência tecnológica que aperfeiçoa o homem, torna esta uma vida simulada.
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