Hiper-Realidade Platônica

Hiper-Realidade Platônica
Hiper-Realidade Platônica

O Sistema do Injusto

O Sistema do Injusto
O Sistema do Injusto

Casamento a Distância

Casamento a Distância
Casamento a Distância

Beep... Amem...

Beep... Amem...
Beep...Amem...

O Dia das Bruxas

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Dia das Bruxas

Antes de apresentar alguns conceitos a qual eu acredito nesta minha atual empreitada, gostaria de apresentar uma reflexão de uma discussão que surgiu hoje entre eu e os meus colegas de trabalho durante o horário de almoço - sim, eu ainda preciso trabalhar e ajudar a alimentar a máquina, o que não é tão ruim visto que eu posso observar todos jogando o jogo e me manter inquieto para fazer minhas reflexões. Não lembro exatamente como tudo começou, mas a questão que deixou a discussão enérgica estava entre o meu ponto-de-vista de mudança através de uma atitude de confrontos fisícos e um outro ponto-de-vista que acredita numa mudança pacífica e sem a necessidade de confrontar forças físicas.

Como eu afirmei num post anterior, a máquina é responsável por fabricar padrões - pensamentos fábricados, simulação de sentimentos, ética e moral - logo não me causa nenhum espanto que as pessoas tomem um ponto-de-vista contrário à violência tamanha é a força que a máquina exerce sobre elas, fazendo parte do processo de construção dos humandróides, para que chegue o dia em que todos pensem como os outros, padronizando, assim, todo o conceito de humanismo que a máquina propõe.

Esta é a reação comum das pessoas desta dimensão. Um dos slogans publicitários da máquina é "diga não à violência" e se atentem que a máquina é extremamente sedutora, e são poucos os que não se rendem ao seu encanto. Também reafirmo aqui que não acredito que a máquina possa ser destruída pela ação dos homens, principalmente por que a grande maioria já são humandróides - e nesta estratégia o próximo passo é a "evolução" para o estado andróide, que é a apoteóse do sistema - porém ela pode se autodestruir. Podemos fazer a máquina se engasgar. Esta reflexão não será apresentada aqui para não perdermos o foco deste post.

O que vale destacar nesta discussão é o estado de incômodo e rejeição das pessoas apenas na tentativa de apresentar uma ideia que seja contrário a uma mudança pacífica. Antes de você concluir a primeira linha de seu racíocinio você é interrompido com uma negação. Neste momento, todos querem falar mas ninguém quer te ouvir, o que é compreensível pois ninguém quer mudar algo que já enraizou em sua mente. E quando esta voz toma coro fica ainda mais difícil aceitar uma ideia contrária. E todos passam a te olhar como insano, como um terrorista ou como um desumano, e sorriem como que para reafirmar a sua própria opinião e esgotar o assunto - e ponto! O problema é que não foi utilizado nenhum argumento válido e convincente para vencer aquilo que está dentro de mim - e eu também não tive a oportunidade de me expôr de maneira clara.

No momento em que eu percebi que se continuasse a ficar insistindo para tentar apresentar meus argumentos algumas pessoas poderiam ficar magoadas - e em nenhum momento eu pretendi fazer isto apenas para estabelecer a minha opinião - fiquei quieto e dei um tempo a mim mesmo para refletir acerca daqueles momentos.

Em um determinado instante alguém me questionou por que eu estava quieto, e eu respondi: "Estou pensando" - nada mais, nada menos. Porém outro colega deu uma de telepata e tentou responder por mim com um ar levemente irônico: "Ele deve estar pensando sobre como ele irá mudar o mundo". Na sequência: "Ele deve estar chateado por que você não irá lutar ao lado dele". Voltei a ficar quieto.

Chegando no trabalho, a pessoa que iniciou a discussão comigo, tomando o partido sobre a mudança pacífica viu como eu estava tristonho - como estava de fato - e disse: "não fique deprimido".

E eu lhes pergunto: como não ficar? E não confundam o sentimento com raiva, mas sim com piedade. Tanto se fala em mudança pacífica e existe uma violência moral que lhe atinge tão profundamente, como nenhuma lâmina existente poderia lhe atingir.

Feliz dia das bruxas.

* Post publicado originalmente em meu blog pessoal no dia 31/10/2007

Guerra!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Guerra!

Não acredito, em hipótese alguma, que a máquina pode ser parada. Vemos, em tão pouco tempo, um condicionamento de ideias nestes humandróides que acaba por não permitir que eles sejam livres para pensar. Vemos simulação de verdade, simulação de moral, simulação de ética e simulação de felicidade, porém não vemos a verdade, a moral, a ética e a felicidade. A máquina criou o sistema perfeito, que se alimenta de potencial humano e defeca papel em nossos bolsos, que embora cheire à merda, simula o odor de óleo de sândalo e almíscar.

E esta é a máquina funcionando a todo o vapor, sem que nada interrompa os seus objetivos.

Esta visão se apresenta como pessimista e não vê diretamente uma saída para os fatos, ao menos não a curto prazo. Conscientizar é querer se rivalizar com a máquina, sendo que ela é onipotente, onisciente e onipresente. Porém acredito em alguns caminhos para distorcer esta dimensão e apresentar alguma coisa de real para as pessoas.

A primeira solução é egoísta e individualista, porém eficaz e pode ser implementada em pouco tempo, trazendo retorno quase que de imediato: fugindo da máquina. Nada impede que você fuja desta loucura, se isole num campo e viva para si, acordando quando quiser, plantando e trocando o que se deseja comer, indo dormir quando bem entender, pensando e planejando para si mesmo. Enfim, quebrando todas as regras do jogo vivendo de modo simplista e profundo. Esta é uma boa e recomendável saída para quem não aguenta mais toda esta loucura.

A segunda solução é coletiva, perigosa, não há certeza quanto a sua eficácia, estabelece mudanças somente a longo prazo, porém é gratificante e recompensador lutar por esta causa: é combatendo a máquina. A máquina é uma prostituta sedutora, ela sabe todos os macetes para encantar as pessoas e é uma luta difícil, árdua e sangrenta. Esta é a luta contra a simulação, a luta contra as aparências, a luta contra aquilo que representa a verdade. E como as pessoas vêem esta verdade como algo real, é difícil abrir os olhos de quem não consegue enxergar.

Porém, lutar contra a máquina é fazer não somente uma revolução, mas a revolução. É libertar as pessoas das correntes que a preendem a esta dimensão. É a trazer a dimensão X como única realidade. É substituir a angústia pela felicidade. E como é que se vence uma guerra? Através de vitórias nas batalhas que estão por vir. Esta batalha é contra a corrupção, contra os impostos, contra a propriedade privada e principalmente contra a transferência de poder do povo para as poucas pessoas que simulam representar os seus interesses.
Esta luta se dá protestando, não aceitando as regras do jogo, punindo os seus legisladores, recusando suas leis, resistindo à forte opressão, derrubando muito sangue e devolvendo ao povo aquilo que é dele: a liberdade e o direito de escolha.

Falaremos, em outra oportunidade, sobre quem é o dono da terra. À quem pertence e por quê? Questionaremos como é possível alguém se dizer dono da terra? Se existe um dono da terra, por quê não podemos nos autoproclamar donos do ar e proibir os donos da terra de respirar?

Reflitam sobre a revolução que está chegando por que logo ela vai pegar você. E como a história nos ensina, em algum momento sempre haverá guerra para que o mundo seja reordenado e o equilibrio seja restabelecido. E quando este dia chegar você deverá estar preparado para gravar o seu nome na história no episódio que será lembrando como Apocalipse X ou A resistência contra a máquina. Mesmo que máquina não possa ser vencida, podemos abalar a sua estrutura de tal forma que ela se autodestrua, conceito que será explicado em um outro post.

* Post publicado originalmente em meu blog pessoal no dia 29/10/2007

Dimensão X: a Realidade e a Angústia

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Dimensão X

Vivo angustiado. Logo, vivo a realidade. Ao andar pela cidade vejo carros apenas como ornamentos das ruas, assim como os outdoors. Vejo pessoas dentro dos carros apenas como ornamentos dos carros, assim como os acessórios. Nas ruas vejo pessoas como os postes que iluminam. Vejo apenas o real no estado mais tênue da angústia. Ela está sempre ao meu lado, o sentimento que espera que algo aconteça nos próximos instantes sem nunca acontecer, e é ela que abre os meus olhos e faz enxergar para além do horizonte. Porém, como traidora sagaz e punidora fiel, é a angústia que não me deixa esquecer que sou um forasteiro desta vida e que vivo em uma outra dimensão, numa realidade que vê de cima esta outra dimensão e que permite afirmar que nada existe. Tudo é apenas uma grande simulação.

Tanto é a minha certeza ao afirmar esta sentença que estou condenado a nadar infinitamente num mar de tristeza e solidão. Eis a minha luta contra a máquina, a grande fábrica de padrões. Tudo e todos imitam os padrões. Os padrões destruiram a ética e a moral. Os padrões ditam as regras do jogo. Os padrões se apresentam como única verdade. Esta é a realidade orientada aos objetos. Os objetos controlam as pessoas e as pessoas agora vivem apenas como andróides - corpo humano, pensamento de robô. É o final de uma era e o ínicio do fim.

A máquina finalmente chegou ao poder e não há mais nada a fazer. O certo é que haverão pessoas como eu, que angustiadas ao saber que alguma coisa está errada, serão expulsos desta realidade e passarão a viver em outra dimensão, apenas observando e lamentando, infinitamente, a dimensão que lhes serviram como pátria por muitos anos. E irão chorar bastante, afinal os seus amigos, pais, amores e filhos estão lá, condenados a servir a alimentar à maquina por todos os anos de suas vidas, e apenas a experimentar a simulação de felicidade e a simulação de tristeza, sem nunca experimentar a verdadeira felicidade ou a verdadeira tristeza (pois somente a angústia é que pode nos transportar de uma dimensão para outra e permitir a experiência de sentimentos verdadeiros).

E depois de chorar bastante, estas pessoas - por amor - tentarão salvar os seus queridos, alertando os para o perigo de viver apenas uma mentira, mas logo estas pessoas desviarão o assunto para a novela e para o Big Brother - conceito bastante desenvolvido por George Orwell em seu livro 1984. E chegará o momento que estas pessoas desistirão e passarão a falar menos, a se interessar menos e se isolarem. A angústia irá crescer de tal maneira que eles não poderão voltar mais a dimensão-pátria. Eles se encontrarão constantemente na dimensão X, onde apenas aqueles que podem perceber e compreender vivem em eterno estado de solidão e desespero, que é o preço a pagar por viver a verdadeira realidade e saber que este é um caminho que ninguém lhe acompanhará.

E uma vez que você tenha visitado a dimensão X nada mais será o mesmo. E, infelizmente, o caminho não tem volta. Como conselho fiquem onde estão, pois o que olhos não vêem o coração não sente. A máquina é uma prostituta traidora.

* Post publicado originalmente em meu blog pessoal no dia 28/10/2007