Hiper-Realidade Platônica

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O Sistema do Injusto

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Casamento a Distância

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Atitude Crítica e Investigativa

terça-feira, 19 de outubro de 2010


No universo hiper-real a impossibilidade de conhecer a essência do mundo em si gera um fenômeno de aprendizado condicionado. Logo, todo o conhecimento adquirido pode ser questionado, visto que em nenhum horizonte do saber possuímos barreiras de concreto. Há até mesmo quem afirme que todo o conhecimento é mutável, ou seja, todas as verdades definitivas são apenas temporárias. Adotar um postura cética em relação as coisas pode ajudar a entender certos acontecimentos. Questionar, na contramão de apenas aceitar as coisas como são, é um exercício saudável que, ainda que não traga a tão almejada felicidade - objetivo final de vida da maioria dos seres - lhe traz equilíbrio, sabedoria, consistência e consciência.

O que acontece quando passamos a terceirizar nossas dúvidas? Quando transferimos os nossos temores para outras pessoas e prontamente estamos dispostos a aceitar os seus esclarecimentos? Inicia-se um efeito de contemplação onde o questionado detém o poder em relação ao questionador no momento em que o mesmo passa a ser convincente independente da veracidade de seu discurso (lembre-se que a verdade é simulada e/ou condicionada). Para isto o questionado pode valer-se de técnicas de retórica para uso pessoal ou mesmo assumir uma identidade simulada, onde passa a acreditar que seu discurso realmente é verdadeiro, de tal modo que ele mesmo se convence de si.

Quando o discurso sobressai a um certo montante surgem as doutrinas: as pessoas aceitam a condição de fé imposta pelo formulador de respostas e passam a aceitar esta verdade, algumas vezes temporariamente, outras vezes isto perpetua por toda a vida. Certas verdades criadas pelo estado hiper-real atravessam gerações e fincam as garras no comodismo gerado pela aceitação das comunidades. Ser cômodo é não se esforçar para sair de um estado, dada uma ou mais condições. Há uma sentença que diz "felizes são os ignorantes", que pode ser verdadeira mediante definição de felicidade como passar ileso pela vida sem aperceber-se dos perigos que nos rondam enquanto pessoas e sem fazer nada para mudar o universo tal como ele é.

Assim é possível pensar por que optamos por tomar uma postura cômoda ao invés de uma postura ativa. Pensar cansa. Pensar dói. Uma vez que decidimos por tomar a via cruxis da dúvida, deixamos a ignorância de lado e nunca mais poderemos ser felizes - entendendo a felicidade como definida no parágrafo anterior. Porém podemos redefinir a felicidade, visto que um significante poderá ter diversos significados distintos mediante interpretação e experiência - aí sim podemos ser felizes. Não aquela felicidade dos ignorantes, mas a felicidade de quem não quer deixar-se ser enganado.

Pouco importa se o fruto disto for verdadeiro ou falso, visto que de qualquer maneira não há como afirmarmos nada. O que importante é não se entregar as conclusões sem conhecer os fatos e pormenores. Investigue, deduza, repare e faça um juízo mais crítico. Conclua por si só. Este exercício ajudará a expandir um pouco mais suas dúvidas e diminuir as suas crenças e convicções. Talvez percamos algumas horas de sono, entretanto conheceremos melhor o solo a qual estamos pisando.
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1 comentários:

Anônimo disse...

Condicionados, podemos fazer praticamente qualquer coisa. Mesmo animais não humanos. Mediante recompensas, animais executam tarefas sob a base do "fazer e receber". Bem adestrados, sabem que após o cumprimento de uma ordem receberão sua gratificação.

Pensar exige disciplina, não é fácil. Contudo, aqueles que face ao problema conseguem vislumbrar seu tamanho e analisar cada consequência antes de tomar as ações para entendê-lo e superá-lo, geralmente são mais assertivos.

Além disso, e em linha com o pensamento do autor do post, a liberdade intelectual é importante para as nossas vidas tanto quanto podemos imaginar. Absorver idéias pseudo-intelectuais repassadas para nós dia após dia sem análise crítica e investigativa é metade do problema da nossa sociedade.

A outra metade fica por conta de acharmos que isso não fará diferença nenhuma para o nosso futuro.

19 de outubro de 2010 às 15:50

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